Parque Nacional da Serra da Canastra
Nascente do Rio São Francisco e outras aventuras no Cerrado
Conteúdo deste artigo:
- Introdução
- Localização
- Infraestrutura
- Ingressos/Valores
- Acampamentos
- Atrações Visitadas
- Melhor época para visitar
- Dicas Adicionais
- Por fim…
Introdução
Após o deslocamento de São José dos Campos/SP para a Região da Canastra/MG, apenas descansamos, para então, na próxima manhã, começar nosso primeiro dia de passeios pela Região do Parque Nacional da Serra da Canastra. Veja detalhes sobre essa viagem, como rotas e dicas no post Destino: Serra da Canastra [MG].
Localização
O Parque Nacional da Serra da Canastra está localizado geograficamente na porção Sudoeste do estado de Minas Gerais, inserido no Bioma Cerrado, abrangendo 6 (seis) municípios, a saber: Capitólio, Delfinópolis, Sacramento, São João Batista do Glória, São Roque de Minas e Vargem Bonita.
Áreas da Unidade de Conservação
Parte Alta: Chapadão da Canastra, formação rochosa elevada – onde ficam alguns do atrativos mais conhecidos como a Nascente Histórica do Rio São Francisco e a Parta Alta da Cachoeira Casca D’Anta, além também da Garagem de Pedras, Curral de Pedras, Cachoeira Rasga Canga, Fazenda Zagaia, Cachoeira do Fundão, etc. A parte alta em sua maioria é uma unidade de conservação fechada, mantida pelo ICMBio.
Parte Baixa: Parte que fica abaixo dos chapadões, onde fica por exemplo a portaria 4 do parque, que dá acesso a primeira queda do Rio São Francisco, a Cachoeira Casca D’Anta. Alguns pedaços da parte baixa também fazem parte da unidade de conservação fechada do ICMBio, contudo, existem também áreas de propriedades particulares, mas essas áreas também fazem parte da unidade de preservação do Parque Nacional da Serra da Canastra.
Área Ampliada do Parque: Área de preservação que consiste em sua maioria de propriedades privadas. Saindo da área de conservação fechada, o parque se expande para outras áreas, como o Vale da Babilônia, onde se encontram outros atrativos como a Serra Branca, a Cachoeira Maria Augusta, Cachoeira do Zé Carlinhos, etc. Existe também o Chapadão da Babilônia (uma formação rochosa parecida com o chapadão da Canastra), onde podemos acessar, via Serra da Bateia, o Caminho do Céu, que oferece vistas panorâmicas do Vale da Babilônia e do Chapadão da Canastra no horizonte.
Na área ampliada, o Parque Nacional da Serra da Canastra também abrange outras áreas de pontos turísticos conhecidos, como a região próxima de Capitólio/MG.
Infraestrutura
Estradas
Como já mencionado anteriormente, nem todas as estradas na região do Parque Nacional da Serra da Canastra são pavimentadas, em sua maioria, são estradas rurais que ligam os atrativos e os distritos na região. As estradas são de terra, com inúmeros trechos formados de cascalho, podem ter pedras de tamanhos e formatos variados, podem ter trechos de serra e também muitas curvas, por isso atenção a velocidade, calibragem dos pneus e cuidado durante o trajeto. Há ainda a ocorrência de erosões na estrada, portanto, se estiver em um carro comum (não off-road), baixo, pode ser um pouco difícil de transitar e pode ainda causar danos ao veículo, contudo, vimos carros “comuns” andando por lá, inclusive na parte alta. Além disso, em épocas de chuvas, as estradas pode ficar muito prejudicadas devido a erosões mais acentuadas causadas pelo fluxo de água, além ainda de lamaçal e poças profundas.
Transitar da parte alta para a parte baixa ou vice-versa, não é rápido, nem fácil. Existem trilhas que podem ser feitas (como a trilha da Casca D’Anta), que levam de um ponto ao outro, porém com dificuldade alta. Para se deslocar de carro, na maior parte do tempo a estrada será ruim. É importante manter isso em mente ao planejar as visitas aos atrativos.
Infraestrutura da Área de Conservação Fechada
Com relação à infraestrutura do Parque Nacional, na parte fechada da área de conservação, existem 4 portarias de acesso, sendo elas:
- Portaria 1: São Roque de Minas
- Portaria 2: São João Batista da Canastra (Distrito de São Roque de Minas)
- Portaria 3: Sacramento
- Portaria 4: São José do Barreiro (Distrito de São Roque de Minas)
As Portarias 1 e 4 dão acesso às atrações mais conhecidas da região: pela Portaria 1 acessamos a Nascente Histórica do Rio São Francisco e Parte Alta da Cachoeira Casca D’Anta (primeira queda d’água do Rio São Francisco) e pela Portaria 4 acessamos a parte baixa da Cachoeira Casca D’Anta, o seu poço e a continuidade do Rio São Francisco.
Todos os acessos por essas portarias são de estradas de terra e, na maioria do tempo, estão em condições de difícil trafego, principalmente para veículos não off-road. Dentro dos limites da área do parque, as estradas são sinalizadas com indicações de atrativos e orientações de tráfego. Nas atrações também existem placas indicativas e informativas.
Na parte alta da Cachoeira Casca D’Anta há uma estrutura com banheiros e fonte de água potável. E falando em banheiros, também é possível o uso nas portarias, exceto na Portaria 4, pois lá é um local mais estruturado, possui quiosques, áreas para piquenique, banheiros, vestiários, etc.
A Portaria 1 é um Centro de Visitantes, lá você pode obter um pouco mais de informações sobre fauna e flora, inclusive de forma visual, com uma exposição de fotografias tiradas na região.
Infraestrutura na Área Ampliada
Na área ampliada da unidade de conservação, isto é, fora da unidade de conservação fechada, a estrutura é definida pelos municípios/distritos e até mesmo pelos donos/responsáveis das propriedades que abrigam os atrativos, como cachoeiras, rios, lagos e trilhas. De forma geral, andando pela região, temos uma boa sinalização e conseguimos nos localizar bem, encontramos comércios, hospedagens, porém nada muito grande, somente o que se espera de uma zona rural. No entanto, providencie um mapa dos atrativos e locais por onde você irá passar, preferencialmente offline, que não dependa de conexão com a Internet, pois há locais em que não existe sinal de celular.
Regras e Restrições
O horário de visitação do parque é das 08h às 18h, com entrada permitida no máximo até às 16h. No entanto, visitantes a pé ou de bicicleta podem entrar e sair do parque entre 4h e 21h, sem necessidade de autorização prévia. Para atividades especiais, como observação da vida silvestre, é necessário solicitar autorização à administração do parque.
Para acessar o parque com veículos, por qualquer portaria, é necessário realizar o cadastro do veículo e dos ocupantes. Além disso, não é permitida a entrada de animais domésticos e nem bebidas alcóolicas. O carro poderá ser submetido a uma inspeção devido a essa proibição dentro da unidade de conservação.
Também não é permitido fazer fogueiras ou churrascos e nem utilizar de caixas de som.
Dependendo da época do ano, algumas atrações podem estar fechadas devido a motivos específicos, por exemplo: a Cachoeira Rasga Canga recebe os Patos Mergulhão na época de reprodução, e por isso ela pode estar fechada para visitação nesse período.
Ingressos/Valores
Para entrar na unidade de conservação fechada, até a data de publicação deste artigo não existem ingressos/tarifas. Os atrativos podem ser visitados gratuitamente, basta seguir as regras e estar ciente das restrições, principalmente de horários e o que pode ser levado ou não. Agora, com relação às visitas feitas na área de preservação ampliada, onde as propriedades são particulares, cada atrativo terá um valor. Nas viagens em que estivemos na região até então, não visitamos quaisquer atrações em propriedades privadas, a não ser cachoeiras e rios que já estavam dentro dos campings em que estávamos. Não pagamos nada além da diária do camping para essas visitações.
Acampamentos
Não existem áreas de camping dentro da unidade de conservação fechada (após as portarias), por isso, acampar lá é estritamente proibido. Os acampamentos que utilizamos são na área ampliada da área de preservação do Parque Nacional da Serra da Canastra, ou seja, fora das portarias, em propriedades privadas.
Todos os acampamentos que ficamos eram bem estruturados, com banheiros, chuveiro com água quente e cozinha. O preço gira em torno de R$ 40 a R$ 60 por pessoa/noite, na data da publicação deste artigo.
Atrações Visitadas
Antes de começarmos com as atrações em si, é importante mencionar que nós sempre preferimos fazer os passeios de forma autoguiada para maior autonomia e aproveitamento, no entanto, existem passeios que podem ser contratados em São Roque de Minas ou em outras cidades próximas que irão te levar para o parque e diretamente para as atrações em veículos 4×4.
Nascente Histórica do Rio São Francisco
Da Portaria 1 até a Nascente Histórica do Rio São Francisco são aproximadamente 30 minutos de off-road em uma estrada bem difícil, mas depois do esforço, chegaríamos a primeira atração do dia.
Neste local, existe recuo para estacionamento e um pequeno caminho para chegar até o poço de água.
Curral de Pedras
O Curral de Pedras é um exemplar da tradicional construção a seco da região da Canastra, erguido sem o uso de argamassa. Historicamente utilizado como retiro para criadores de gado, o local se destaca pela sua localização estratégica, proporcionando uma vista panorâmica da região. Além de sua importância histórica, o Curral de Pedras é um ponto de interesse para a observação da fauna local, através das pegadas deixadas pelos animais na região.
Fomos ao Curral de Pedras saindo da Nascente Histórica do Rio São Francisco, em direção a parte alta da Cachoeira Casca D’Anta. Como ele fica bem na margem da estrada, não tem erro. No entanto, é bom relembrar que, essa estrada que corta o parque não tem as melhores condições.
Garagem de Pedras
Do Chapadão da Serra da Canastra, o mirante oferece uma vista panorâmica do Vale dos Cândidos e da Serra da Babilônia. A antiga garagem, construída para facilitar o acesso à fazenda dos Cândidos, serve como ponto de referência e completa a paisagem, proporcionando uma experiência única aos visitantes.
Visitamos a Garagem de Pedra quando acessamos o parque pela portaria 3, vindo de Sacramento, mas também é possível entrar pela portaria 2, em São João Batista da Canastra, distrito de São Roque de Minas. Em termos de distância das portarias, a portaria 2 é a mais próxima da Garagem de Pedras.
Cachoeira Casca D’Anta
Parte Baixo da Cachoeira Casca D’Anta
A Cachoeira Casca D’Anta é a maior queda d’agua do Rio São Francisco, com 186 metros de altura. A atração é acessada através da Portaria 4, que fica em São José do Barreiro, distrito de São Roque de Minas. A partir de Vargem Bonita até o destino, a estrada é toda de terra. Em certos períodos do ano, apenas veículos 4×4 conseguem fazer este trajeto. Ao deixar o carro logo na portaria, acessamos o parque e fazemos uma caminhada por uma estrada de terra (pessoas idosas, pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida podem acessar o parque de carro), até o inicio de uma trilha curta até a queda d’água maior e seu poço. Na lateral da trilha, é possível ver o curso natural do Rio São Francisco após a queda.
Parte Alta da Cachoeira Casca D’Anta
Na parte alta da cachoeira, existem as quedas iniciais menores, e antes delas também alguns pequenos poços e espaços pequenos e rasos, onde é possível tomar banho. Nos poços maiores, se der sorte, é possível avistar alguns Patos Mergulhão se refrescando.
Trilha da Cachoeira Casca D’Anta
A trilha da Cachoeira Casca D’Anta oferece um percurso desafiador, conectando a parte alta e baixa da cachoeira. A subida proporciona vistas panorâmicas e o acesso às primeiras quedas d’água do Rio São Francisco, enquanto a descida permite apreciar a queda d’água principal. A atividade oferece uma combinação de esforço físico e contato com a natureza.
Fizemos essa trilha na nossa primeira visita na Serra da Canastra. Você pode conferir todas as informações da trilha no artigo Trilha da Cachoeira Casca D’Anta | Serra da Canastra/MG.
Trilha do Cerrado
Nessa trilha é possível observar vários aspectos do local, desde a fauna, com diversos pássaros e alguns animais terrestres, a vegetação rasteira e as vistas exuberantes. No ponto médio da trilha encontra-se o Mirante da Ana, onde é possível ver a parte de baixo da Serra da Canastra, para o lado da cidade de São Roque de Minas.
Trilha Saint-Hilaire
Essa trilha fica dentro da área do parque, ela se inicia logo após entrar pela Portaria 4. Ela leva ao mesmo lugar que a estrada após a portaria levaria, no entanto, por meio da mata e passando por alguns trechos margeando o Rio São Francisco.
Melhor época para visitar
A melhor época para visitar a região da Canastra é na seca, ou seja, de maio a setembro. Fora dessa época, as estradas poderão apresentar muita erosão devido às chuvas. Fizemos as nossas visitas na região no mês de maio e ainda assim havia muita erosão, buracos enormes, pedras movimentadas e trechos escorregadios. Além disso, as chuvas podem fechar algumas atrações do parque.
Dicas Adicionais
Saia cedo. Pelo menos dois motivos amparam essa premissa: primeiro pela distância e segundo pela quantidade de pessoas que chegam tarde aos atrativos.
Se planeje para conhecer todos (ou o máximo que der) de atrativos que estejam próximos, pois caso não o faça, talvez seja uma perda de tempo voltar para ver somente um ou outro, pois a distância entre certos pontos podem atrapalhar a experiência.
Se hospede em pontos estratégicos, isso irá facilitar o acesso aos atrativos.
Por fim…
A Serra da Canastra é um verdadeiro paraíso para os amantes da natureza e aventura. Com paisagens exuberantes, trilhas desafiadoras e uma rica biodiversidade, o parque nacional proporciona momentos inesquecíveis. A nascente do Rio São Francisco, as cachoeiras e as formações rochosas únicas são apenas alguns dos atrativos que tornam a região especial. Ao visitar a Serra da Canastra, você estará contribuindo para a preservação desse patrimônio natural e vivenciando uma experiência única. Planeje sua viagem e descubra a beleza da Serra da Canastra!
Não deixe de conferir as outras partes dessa viagem em:
Destino: Serra da Canastra (MG)
Trilha da Cachoeira Casca D’Anta | Serra da Canastra/MG
Fontes Externas:
Parna da Serra da Canastra — Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
SERRA DA CANASTRA – www.serradacanastra.com.br – Tudo sobre a Serra da Canastra
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